Saúde sexual: um tabu que precisa ser quebrado

Saúde sexual: um tabu que precisa ser quebrado

Saúde sexual: um tabu que precisa ser quebrado

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Falar sobre sexo sempre foi um grande tabu na sociedade, mesmo no contexto da educação sexual. No
entanto, este é um tema de enorme relevância, especialmente quando se trata da saúde sexual em todas
as fases da vida. Na próxima quarta-feira, 4 de setembro, será celebrado o Dia Mundial da Saúde Sexual,
uma data que, segundo a médica ginecologista e obstetra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dra.
Ana Elisa Chaves, é fundamental para disseminar o conhecimento entre as diferentes gerações.
A saúde sexual, muitas vezes vista como um tema exclusivo para adultos, na verdade abrange todas as
fases da vida, desde a adolescência até a terceira idade. De acordo com a definição da Organização
Mundial da Saúde (OMS), a saúde sexual é um estado de bem-estar físico, emocional e social relacionado
à sexualidade.
Este assunto continua cercado por muitos tabus, tanto pela falta de conhecimento da população quanto
pelos preconceitos existentes. A necessidade de esclarecer o tema torna-se ainda mais evidente ao se
analisar dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que
mostram que, no Brasil, um em cada sete nascimentos é de mães adolescentes. Esses números
alarmantes reforçam a urgência de uma conversa aberta sobre educação sexual, como destaca a Dra.
Ana Elisa. “A saúde sexual e reprodutiva deve ser tema de conversa entre pais ou responsáveis legais e
seus filhos. Jovens e adolescentes enfrentam impactos físicos e psicológicos durante a puberdade, e o
apoio familiar e de profissional são essenciais para superar os conflitos dessa fase. É necessário estimular
o autoconhecimento, a autoaceitação e a construção de um ambiente respeitoso e acolhedor”, comenta a
médica da FSFX.
Além da gravidez na adolescência, outro grande desafio para a sociedade é o aumento das infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem afetar todas as idades. Para mudar esse cenário, é crucial
educar a população sobre saúde sexual, que é o principal objetivo do Dia Mundial da Saúde Sexual.
Segundo a Dra. Ana Elisa, a educação sexual é extremamente eficaz, especialmente para crianças e
adolescentes. “Esse tema deve estar presente na vida das crianças e adolescentes muito antes do
primeiro contato sexual. A educação sexual é o melhor caminho para evitar situações que expõem esses
indivíduos a perigos. Os principais benefícios dessa abordagem são a prevenção de ISTs, o incentivo ao
uso do preservativo nas relações sexuais, a prevenção da gravidez precoce, e a proteção contra abusos,
uma vez que a educação sexual promove o conhecimento correto sobre o corpo, as noções de intimidade
e consentimento”, ressalta.
A educação sexual faz parte do desenvolvimento humano desde o nascimento. Ao abordá-la, estamos
transmitindo informações sobre saúde, corpo, responsabilidade, consentimento, sentimentos e
diversidade.
Atenção em todas as idades
Assim como o restante do corpo, os órgãos sexuais passam por transformações com o envelhecimento. A
sexualidade na terceira idade apresenta desafios relacionados ao próprio envelhecimento, sendo o
principal deles a invisibilidade do assunto. “O envelhecimento é uma etapa natural da vida e, por isso, é
importante tratar a vida sexual nesse processo de forma natural”, reforça.

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Após os 60 anos, o tema enfrenta ainda mais obstáculos. Contudo, a sexualidade continua a ser uma
parte importante da vida, mesmo na velhice como conta a profissional. “Ignorar essa questão pode
prejudicar os idosos que desejam manter uma vida sexual saudável. Tanto homens, quanto mulheres
experimentam mudanças corporais e na resposta sexual com o passar dos anos. Infelizmente, o exercício
da sexualidade na terceira idade é pouco discutido, estudado e abordado. A crença coletiva de que
pessoas mais velhas não têm sexualidade é um mito. Nosso estilo de vida impacta diretamente a
sexualidade ao longo do envelhecimento”, declara.
Cuidados são essenciais
Quando se fala de saúde sexual, o tema não se resume apenas à ausência de doenças, disfunções ou
enfermidades, mas sim à capacidade de alcançar esse bem-estar. Porém, isso depende de vários fatores,
como o acesso à informação sobre sexualidade, o conhecimento dos riscos, a conscientização sobre as
consequências da atividade sexual, a importância de uma alimentação saudável, a prática regular de
atividade física, o sono de qualidade e o gerenciamento do estresse.
A médica da FSFX reforça que todas as partes do corpo humano estão interligadas, portanto, a saúde
mental é um pilar fundamental para uma vida plena, especialmente no que se refere à intimidade e deixa
um alerta a todos. “Negligenciar esse aspecto pode impactar diretamente a qualidade da vida sexual. O
autocuidado emocional é o ponto de partida para uma mente saudável. Quando a mente enfrenta desafios,
o reflexo na saúde sexual pode ser devastador. Ansiedade, preocupações excessivas e tensão persistente
podem criar uma barreira emocional que afeta a vida sexual, prejudicando a qualidade das experiências
íntimas. A depressão também afeta negativamente a vitalidade e o desejo sexual, contribuindo para a
desconexão entre os parceiros. Portanto, manter a saúde mental em dia é crucial para uma vida sexual
satisfatória”, pontua Dra. Ana Elisa.
Fundação São Francisco Xavier
A Fundação São Francisco Xavier é uma entidade filantrópica que atua desde 1969 e conta com cerca de
6.000 colaboradores. Atualmente, administra duas unidades hospitalares, sendo o Hospital Márcio Cunha
com cerca de 70% dos atendimentos pelo SUS, em Ipatinga, e o Hospital Municipal Carlos Chagas com
100% dos atendimentos pelo SUS, em Itabira (MG). As unidades hospitalares têm uma gestão marcada
pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança.
Além das unidades hospitalares, a Fundação é responsável por administrar a operadora de Planos de
Saúde Usisaúde, que possui mais de 200 mil vidas, o Centro de Odontologia Integrada, que mantém os
melhores indicadores de saúde bucal já divulgados no Brasil, e o Serviço de Segurança do Trabalho,
Saúde Ocupacional e Meio Ambiente – Vita, que soma mais de 160 mil vidas sob sua gestão. Na área
educacional, o Colégio São Francisco Xavier, unidade precursora localizada em Ipatinga, é referência em
Educação na região, com cerca de 3 mil alunos, da educação infantil à formação técnica.